A retomada dos investimentos da Petrobras em fábricas de fertilizantes poderá reduzir a dependência do Brasil por insumos importados. A estimativa foi apresentada pela presidente da estatal, Magda Chambriard, durante a 5ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert).
A entrada em operação de quatro fábricas da Petrobras, localizadas no Paraná, Bahia, Sergipe e Mato Grosso do Sul, permitirá que até 2028 sejam atendidos 35% da demanda nacional por fertilizantes à base de ureia.
"O agro e o setor de petróleo estão se fundindo cada vez mais. E o fertilizante é uma excelente oportunidade para a gente ampliar o nosso mercado de gás", afirmou Magda Chambriard.
O Brasil importa atualmente quase 100% da ureia utilizada na agricultura. As quatro unidades da Petrobras que receberão os investimentos são as fábricas de Araucária (Ansa), no Paraná; Fafen, na Bahia e em Sergipe; e UFN-III, em Três Lagoas (MS).
Os aportes previstos somam R$ 900 milhões entre 2025 e 2029. Os projetos já geram entre 13 mil e 15 mil empregos, segundo a presidente da companhia.
Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do MDIC, destacou o impacto da medida para a economia do país. "Brasil é grande exportador, produtor e exportador de proteína animal e vegetal. Neste ano nós vamos ter uma safra recorde, 10% a mais. E a demanda por fertilizantes é crescente", afirmou.
A reunião do Confert aprovou a inclusão de 16 novos projetos à Carteira de Projetos Estratégicos do conselho.
A Embrapa responde por 14 desses projetos, um é do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e outro do setor privado.
Chambriard mencionou parcerias com a Embrapa para o desenvolvimento de fertilizantes de alta eficiência, com produção de amônia, ureia e arla.
Onze dos projetos da Embrapa tratam de pesquisa e desenvolvimento de soluções sustentáveis envolvendo biofertilizantes, bioinsumos, bioestimulantes e bioinoculadores.
Destaque para o desenvolvimento de bactérias promotoras de crescimento para mudas florestais voltadas ao setor de celulose.
O projeto do setor privado é de responsabilidade da Prumo Logística e prevê a estruturação de um hub de hidrogênio de baixo carbono no Porto do Açu, no Rio de Janeiro.
A proposta tem como objetivo criar um ecossistema industrial integrado para a produção de hidrogênio sustentável e seus derivados, como amônia e metanol.
O projeto do Mapa trata da regulamentação da Lei de Bioinsumos, sancionada em dezembro de 2024.
A legislação dispõe sobre a produção, uso, fiscalização, rotulagem, transporte, exportação e incentivos relacionados a bioinsumos destinados aos setores agrícola, pecuário, aquícola e florestal, incluindo a produção para uso próprio.