Em resposta à imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o governo federal enviou uma carta de protesto às autoridades dos Estados Unidos, buscando um diálogo imediato para evitar danos às relações comerciais entre os dois países. A carta, datada de 15 de julho, foi assinada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e foi endereçada ao secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio do país, Jamieson Greer.
Os ministros brasileiros manifestaram "indignação com o anúncio, feito em 9 de julho, da imposição de tarifas de importação de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, a partir de 1° de agosto".
O governo brasileiro argumenta que a medida terá um impacto negativo significativo em setores cruciais de ambas as economias, ameaçando uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre os dois países.
A carta destaca que, ao longo de mais de dois séculos de relações bilaterais, o comércio tem sido um dos pilares da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias das Américas.
As autoridades brasileiras enfatizaram que, desde o anúncio inicial das tarifas recíprocas em 2 de abril deste ano, o Brasil tem mantido um diálogo contínuo com os Estados Unidos.
Segundo o documento, o Brasil tem buscado alternativas para fortalecer o comércio bilateral, apesar de acumular um déficit comercial significativo com os Estados Unidos, totalizando quase US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos, conforme dados do governo dos EUA.
Em 16 de maio, o governo brasileiro apresentou aos Estados Unidos uma proposta confidencial com sugestões de áreas para negociação, mas ainda não recebeu uma resposta formal.
O governo brasileiro reitera seu interesse em receber feedback do governo dos EUA sobre a proposta apresentada, dada a urgência da questão.
O Brasil reafirma sua disposição para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável para as questões comerciais bilaterais, com o objetivo de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países e mitigar os impactos negativos do aumento das tarifas no comércio bilateral.
O Governo brasileiro manifesta sua indignação com o anúncio, feito em 9 de julho, da imposição de tarifas de importação de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, a partir de 1° de agosto. A imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países. Nos dois séculos de relacionamento bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, o comércio provou ser um dos alicerces mais importantes da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias das Américas.
2 . Desde antes do anúncio das tarifas recíprocas em 2 de abril de 2025, e de maneira contínua desde então, o Brasil tem dialogado de boa-fé com as autoridades norte-americanas em busca de alternativas para aprimorar o comércio bilateral, apesar de o Brasil acumular com os Estados Unidos grandes déficits comerciais tanto em bens quanto em serviços, que montam, nos últimos 15 anos, a quase US$ 410 bilhões, segundo dados do governo dos Estados Unidos. Para fazer avançar essas negociações, o Brasil solicitou, em diversas ocasiões, que os EUA identificassem áreas específicas de preocupação para o governo norte-americano.
3. Com esse mesmo espírito, o Governo brasileiro apresentou, em 16 de maio de 2025, minuta confidencial de proposta contendo áreas de negociação nas quais poderíamos explorar mais a fundo soluções mutuamente acordadas.
4. O Governo brasileiro ainda aguarda a resposta dos EUA à sua proposta.
5. Com base nessas considerações e à luz da urgência do tema, o Governo do Brasil reitera seu interesse em receber comentários do governo dos EUA sobre a proposta brasileira. O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral, com o objetivo de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países e mitigar os impactos negativos da elevação de tarifas em nosso comércio bilateral.