Pecuária Pantaneira: MS lança plano inédito para fortalecer todas as cadeias produtivas
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Publicado em 04/07/2025 11h11

Pecuária Pantaneira: MS lança plano inédito para fortalecer todas as cadeias produtivas

O Governo de Mato Grosso do Sul encomendou um estudo para criar um plano de fortalecimento das cadeias pecuárias do Pantanal, visando impulsionar a economia local e promover a produção sustentável em todas as suas vertentes.
Por: Redação

A pecuária, atividade secular no Pantanal sul-mato-grossense, ganha um novo impulso com um plano de fortalecimento abrangente, que visa impulsionar todas as suas cadeias produtivas. O Governo do Estado, por meio da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), encomendou um estudo detalhado para embasar o Plano de Fortalecimento das Cadeias Pecuárias do Pantanal de MS.

O diagnóstico, demandado pela Secretaria Executiva de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SEDES) da Semadesc, foi apresentado ao secretário de Estado, Jaime Verruck, e sua equipe. O estudo foi elaborado pelos consultores Marcelo Rondon de Barros e Janielly Barros.

O estudo detalha desafios, oportunidades e propõe ações para as principais atividades pecuárias da região, que representa cerca de 27% do território estadual e 6,8% do PIB estadual.

A bovinocultura de corte é a principal atividade, reunindo mais de 4,2 milhões de cabeças – cerca de 22,7% do rebanho estadual. Em 2024, a comercialização de bezerros e bois movimentou mais de R$ 5 bilhões.

"É uma ampliação das ações que a Semadesc trabalha nas cadeias pecuárias, principalmente na bovinocultura que é a maior cadeia de produção na região. Mas foram consideradas inúmeras atividades pecuárias", salientou Verruck.

O plano propõe medidas como a criação de selos de origem, o incentivo à exportação via ampliação de habilitação de frigoríficos, a rastreabilidade do couro e o pagamento por serviços ambientais.

Diversificação e sustentabilidade

O relatório analisou as cadeias de peixes, ovinos, abelhas, jacarés e equinos do Pantanal. O objetivo foi identificar o status atual e a dinâmica das principais pecuárias, assim como elencar os desafios e oportunidades da região, visando fomentar o desenvolvimento das principais cadeias produtivas.

O levantamento abrange 11 sub-regiões no Pantanal, incluindo áreas no Mato Grosso e no Pantanal do Paraguai. Dentro dessa estrutura, foram verificados indicadores como produtividade, condições dos imóveis e programas de incentivos.

Outras cadeias, como a ovinocultura, também foram estudadas. De acordo com o estudo, embora tenha sofrido redução de rebanho, a atividade voltou a crescer em abates e faturamento, inclusive com a valorização da raça pantaneira. Entre as ações propostas estão o reconhecimento da raça, o combate à informalidade e a criação de protocolos de produção sustentável.

A apicultura e meliponicultura se destacam pelo potencial ambiental, especialmente após o registro da Indicação Geográfica do Mel do Pantanal, mas enfrentam gargalos logísticos e informais. O plano sugere ampliar a assistência técnica, a qualificação de produtores, além de estudar espécies nativas e criar seguros específicos.

A piscicultura, limitada pelas condições naturais e legislação ambiental, é apontada como área potencial, desde que haja investimento em genética e manejo sustentável. A cadeia do jacaré-do-pantanal também ganha espaço, com foco em gerar renda para pequenos produtores por meio do sistema headstarting, além de fortalecer certificações e mercados.

A equideocultura, essencial para a cultura pantaneira e operação das fazendas, também é contemplada, com destaque para ações de promoção da raça pantaneira e incentivo ao correto registro dos animais.

Além das ações específicas, o estudo reforça a necessidade de melhorar a logística do Pantanal – ampliando aterros, portos fluviais e estradas –, modernizar as inspeções sanitárias e integrar políticas públicas para equilibrar produção e preservação.

"Temos agora um plano de desenvolvimento com inúmeras ações relativas à região. A ideia com este diagnóstico é olharmos a região sob um olhar diferente de cada um dos pantanais", concluiu Verruck.

O plano considera dados de órgãos como IAGRO, IBGE, AGRAER e SENAR e abrange aspectos ambientais, sociais e econômicos.