Embargo ao frango: Brasil pode perder US$ 380 milhões por mês
Publicado em 10/06/2025 20h47

Embargo ao frango: Brasil pode perder US$ 380 milhões por mês

O embargo de mais de 40 países ao frango brasileiro, devido à gripe aviária, pode causar perdas de até US$ 380 milhões mensais ao setor, segundo relatório da Bateleur.
Por: Redação

O Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo, enfrenta restrições comerciais impostas por mais de 40 nações após a notificação de casos de gripe aviária em granjas comerciais.

Um relatório da Bateleur, intitulado "Gripe Aviária: Impactos no Setor Avícola Global e Nacional", estima que o embargo pode resultar em perdas mensais de até US$ 380 milhões para o setor.

Os países que mantêm o embargo representam cerca de 45% do total exportado pelo Brasil. Em abril, esses países compraram 210 mil toneladas de frango, a um preço médio de US$ 1.811 por tonelada.

O estudo da Bateleur ressalta que a diversificação dos destinos do frango brasileiro e os surtos da doença em outros grandes exportadores podem mitigar os prejuízos.

Antes dos casos de gripe aviária, a avicultura brasileira apresentava um crescimento de 10% nas exportações no acumulado do ano, com expectativa de redução de custos devido a uma safra robusta.

A piora do quadro da gripe aviária no Brasil impacta a oferta global de carne e a dinâmica de preços internacional.

"A interrupção parcial das exportações brasileiras representa um choque de oferta relevante no comércio global de proteína animal", afirma Henrique Trevisan, sócio da Bateleur.

Trevisan complementa: "Esse movimento tende a gerar distorções de preços nos principais mercados consumidores e acentuar a volatilidade em países dependentes do frango brasileiro".

O Brasil busca transformar os embargos nacionais em regionais, restringindo as exportações apenas das áreas afetadas.

Alguns países, como Emirados Árabes Unidos e Japão, já preveem embargos regionais em seus contratos comerciais com o Brasil.

O relatório da Bateleur aponta que o excedente de produtos não exportados deve ser direcionado ao consumo doméstico.

Essa medida pode aumentar a oferta interna e impactar os preços nos próximos meses.

"O volume represado deve gerar uma sobreoferta significativa no curto prazo, o que pode provocar quedas nos preços ao produtor e margens mais apertadas para a indústria", comenta Trevisan.