O Interagro 2025 abriu suas portas em Campo Grande (MS) com um foco claro: o futuro sustentável da agropecuária brasileira. Autoridades, produtores rurais e líderes do setor se reuniram para o evento, que coincidiu com o Dia Mundial do Meio Ambiente, reforçando o compromisso do agronegócio com a sustentabilidade.
A palestra de abertura foi ministrada por Evaristo de Miranda, pesquisador da Embrapa, que apresentou dados que sustentam a tese de que o Brasil já é uma potência sustentável. "O futuro da agropecuária brasileira é, sim, sustentável, porque seu presente já aponta nesse caminho", afirmou Miranda.
O pesquisador destacou o uso racional do solo, a recuperação de áreas degradadas e o aumento da produtividade como fatores que comprovam o avanço da agropecuária nacional. Segundo ele, o Brasil tem potencial para alimentar até 1 bilhão de pessoas.
"O Brasil já faz muito, e bem feito. Agora, precisamos mostrar isso com mais clareza e firmeza para o mundo", ressaltou Evaristo de Miranda, que possui vasta experiência internacional e atuou como consultor da ONU.
Evaristo de Miranda também mencionou o papel estratégico do Brasil no mercado global, sendo o segundo maior exportador agrícola do mundo. Ele destacou a importância da indústria de reciclagem animal e o avanço da indústria de alimentos processados, que posicionam o país como um "supermercado do mundo".
O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho, Eduardo Monreal, enfatizou o compromisso do agronegócio sul-mato-grossense com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental. "É uma forma de reafirmar nosso compromisso com a produção sustentável, equilibrada e responsável", disse Monreal.
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, reforçou o apoio da administração municipal ao setor produtivo, mencionando a recuperação de estradas e pontes. "Nosso papel como gestores é buscar soluções para problemas antigos. Campo Grande tem avançado, e parte disso se deve ao apoio e à força do agro", afirmou Lopes.
Rogério Beretta, secretário executivo da Semadesc, reafirmou o apoio do governo estadual ao setor, destacando avanços em infraestrutura e sustentabilidade, como a Rota Bioceânica e o Pacto do Pantanal. "Um bioma com 84% de preservação precisa valorizar quem mora e produz lá", ressaltou Beretta.
O secretário também mencionou o dinamismo da produção agrícola do estado, com o aumento da área plantada de soja e o surgimento de novas culturas, como a carinata. "Só de carinata, já são 15 mil hectares plantados — uma nova alternativa para a produção de biocombustíveis de aviação", destacou.
Marcelo Bertoni, presidente do Sistema Famasul, celebrou o reconhecimento de Mato Grosso do Sul como área livre de febre aftosa sem vacinação. "É uma vitória do produtor rural. Foi ele quem fez sua parte, quem seguiu os protocolos, quem investiu em sanidade", afirmou Bertoni.
O Interagro 2025 continua com uma programação de palestras e debates, reunindo especialistas e produtores para discutir o futuro da agropecuária sul-mato-grossense. O evento será encerrado com a premiação do Prêmio AgroEstudantil e do Prêmio SRCG de Agrojornalismo.
O evento segue com debates sobre o futuro da agropecuária sul-mato-grossense.