Manejo do fósforo: como evitar a degradação e impulsionar a pecuária
Publicado em 22/05/2025 11h51

Manejo do fósforo: como evitar a degradação e impulsionar a pecuária

O manejo adequado do fósforo (P) é essencial para garantir a produtividade das pastagens e o desempenho do gado. A especialista Lidiane Fonseca de Oliveira Serra destaca estratégias para otimizar o uso desse nutriente e evitar a degradação do solo.
Por: Redação

O manejo correto do Fósforo (P) é um fator determinante para assegurar a produtividade das pastagens e, consequentemente, o bom desempenho dos animais. A especialista zootécnica da OCP Brasil, Lidiane Fonseca de Oliveira Serra, explica que esse nutriente é fundamental para o desenvolvimento das gramíneas, especialmente na fase de enraizamento inicial. A deficiência de fósforo pode levar à degradação do pasto, à redução da taxa de lotação e à queda na performance animal.

A principal fonte de fósforo no solo são os fertilizantes fosfatados. No entanto, após a solubilização, os ânions fosfato podem se ligar a óxidos de alumínio e ferro, tornando-se inacessíveis para as plantas. A matéria orgânica do solo desempenha um papel crucial como reservatório de P, com os microrganismos atuando na transformação desse nutriente em formas assimiláveis. Além disso, os dejetos dos animais representam uma fonte relevante de fósforo orgânico, com potencial para devolver até 81% do P ingerido de volta ao sistema.

Em sistemas de pastejo ultradenso, a concentração de dejetos pode ser expressiva. Lidiane exemplifica que 400 animais de 280 kg, durante 210 dias de inverno, podem gerar mais de 8 mil toneladas de esterco, resultando em aproximadamente 57 pontos de fósforo orgânico. A distribuição estratégica de bebedouros e comedouros contribui para a deposição uniforme desses nutrientes no solo.

A especialista pondera sobre o pastejo ultradenso: “A Modalidade de pastejo ultradenso, com intuito de maior incremento de nutrientes no sistema através dos dejetos tem sido testada em algumas regiões do Brasil. Até o momento, observa-se que o N e K são possíveis de serem suplementados neste formato, mas o P ainda requer a aplicação mineral pela baixa concentração que retorna ao sistema e altas percentagens que ficam adsorvidas no solo. Entretanto, este método ainda é um parâmetro de difícil mensuração, sendo necessário maiores pesquisas a nível científico”.